Andropausa e Testosterona Baixa: Entenda
O termo andropausa é usado para descrever a diminuição dos níveis de testosterona relacionado ao envelhecimento.
Vamos falar sobre andropausa e testosterona baixa
Diferentemente das mulheres, que inevitavelmente cessam a ovulação e reduzem a produção hormonal rapidamente, entrando no período que chamamos de menopausa, nos homens a queda de testosterona ocorre gradualmente.
Todos os homens passarão pela andropausa? Existem fatores de risco?
Os níveis de testosterona nos homens diminuem em média cerca de 1 a 2% ao ano após os 40 anos.
No entanto, a maioria dos homens apresentam níveis de testosterona dentro da normalidade com o envelhecimento e somente cerca de 10% a 25% apresentarão níveis baixos de testosterona durante a vida.
Assim, entre os fatores de risco para queda da testosterona estão o sedentarismo, obesidade, tabagismo, excesso do consumo de álcool e a síndrome metabólica.
Quais as causas de queda da testosterona, além do envelhecimento?
Além da queda de testosterona típica do envelhecimento (andropausa), o homem pode apresentar outras condições de saúde que levam à queda deste hormônio, por exemplo:
- Lesão ou infecções testiculares (os testículos são responsáveis pela maior parte da produção de testosterona no homem);
- Doenças que afetam a glândula hipófise, uma glândula localizada na base do nosso cérebro responsável por liberar hormônios que regulam a produção testicular de testosterona;
- Obesidade;
- Diabetes;
- Doenças renais;
- Doenças hepáticas;
- Alterações genéticas raras;
- Alguns tipos de tratamento para o câncer, por exemplo, a radioterapia, quimioterapia e terapia hormonal para o câncer de próstata.
Quais os sintomas da testosterona baixa?
Os sintomas associados à testosterona baixa não são específicos, podendo ser secundário a outras condições, como obesidade, depressão e efeito colateral de medicações. Entre os principais sintomas de testosterona baixa temos:
- Redução da libido;
- Diminuição das ereções espontâneas;
- Disfunção erétil;
- Aumento das mamas (Ginecomastia);
- Infertilidade;
- Redução do volume testicular;
- Osteoporose;
- Sudorese excessiva ou ondas de calor;
- Sonolência;
- Cansaço ou fadiga;
- Humor deprimido;
- Falta de concentração;
- Aumento da gordura corporal;
- Perda de massa muscular;
- Anemia;
- Perda de pelos faciais e corporais.
Como é o diagnóstico?
O diagnóstico de testosterona baixa é realizado pela dosagem sanguínea dos níveis hormonais de testosterona em pacientes com sintomas associados.
Então, para chegar no diagnóstico correto é importante que os níveis de testosterona sejam confirmados em uma segunda amostra de sangue e que seja coletado pelo período da manhã, idealmente próximo às 8h.
Isso porque, os níveis de testosterona podem sofrer variações durante o dia devido ao nosso ciclo circadiano e também de um dia para o outro.
Após confirmada a presença de níveis baixos de testosterona, é importante que o seu médico faça uma investigação completa para definir qual a causa desta condição, pois como vimos anteriormente, a testosterona pode estar reduzida por outros motivos além do envelhecimento.
Como é o tratamento da andropausa?
Realizamos o tratamento da andropausa com reposição hormonal de testosterona.
Entre as opções de tratamento mais usadas temos as testosteronas de uso intramuscular, que são aplicadas em intervalos de 2-3 semanas ou a cada 12 semanas, a depender da escolha.
Outra opção de reposição com testosterona é na forma de tópica, aplicando-a em gel sobre a pele diariamente.
Já as formulações orais são menos usadas na nossa prática clínica, pois frequentemente estão associadas a risco de lesão hepática.
Para pacientes que desejam manter a fertilidade, outros tratamentos, como o citrato de clomifeno ou hCG, devem ser considerados. Isso porque, a reposição com testosterona está associada a queda da produção de espermatozoides.
Tratamento do diabetes e o papel do endocrinologista
Pacientes que desejam preservar a fertilidade não devem iniciar terapia com testosterona de imediato, pois a redução da produção de espermatozoides após o início de testosterona é frequente.
Neste caso, o melhor será avaliar tratamentos que estimulem os testículos a produzir testosterona e que mantém a produção de espermatozoides.
Pacientes com apneia obstrutiva do sono grave devem primeiramente tratar a apneia para após iniciar terapia com testosterona, pois a terapia hormonal pode piorar o problema.
Além disso, pacientes com aumento da próstata devem consultar um urologista, pois a terapia com testosterona pode piorar os sintomas.
Outra contra indicação da terapia com testosterona inclui pacientes com câncer de próstata ou mama, insuficiência cardíaca não controlada e aumento dos glóbulos vermelhos do sangue.
Quem deve receber o tratamento para andropausa?
Qualquer homem com níveis baixos de testosterona confirmados por dois ou mais exames associados a sintomas é candidato para o tratamento.
Como é o seguimento do paciente em reposição hormonal com testosterona?
Devemos avaliar o paciente em reposição hormonal a cada 3 a 6 meses para dosar os níveis de testosterona e confirmar se a dose usada está adequada.
Além disso, devemos monitorar os níveis de glóbulos vermelhos do sangue, PSA, função hepática e parâmetros metabólicos.

Assim, desde que bem indicada e com acompanhamento médico, a reposição hormonal de testosterona traz grande melhora na qualidade de vida e composição corporal do paciente.
É importante lembrar que os sintomas de testosterona baixa podem confundir com outras condições de saúde. Ademais, o uso de testosterona em homens com níveis normais do hormônio não traz melhora dos sintomas e pode colocar a saúde em risco.
Por isso, caso você apresente sintomas que possam estar associados à testosterona baixa, é importante procurar um profissional especialista na área hormonal para avaliar o seu caso de forma detalhada e propor o tratamento e acompanhamento, quando indicado, da forma mais segura para sua saúde!